Com o objetivo de difundir o cultivo e o conhecimento sobre cactos e suculentas, criamos este espaço, que esperamos ser de interesse de todos os amantes destas plantas.
Esperamos receber criticas sobre os temas aqui desenvolvidos e a colaboração de outros interessados, visando o aprimoramento desse conhecimento.
Objetivamos também a troca de informações sobre o modo de ocorrência dessas plantas, visando preservar as espécies e seus habitats naturais.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Preservação das cactáceas

Echinopsis oxygona em escarpa de difícil acesso
       

      Os ecologistas são categóricos quando afirmam que nenhuma planta deve ser retirada do hábitat natural em que vivem. Isto seria possível se a raça humana não tivesse se espalhado por todos os recantos da terra. A população mundial, embora possa ficar estabilizada entre sete a dez bilhões de habitantes, continuará demandando alimentos e matérias primas para satisfazer seu consumo atual e o crescente aumento em função do progresso material.

         Em face desta situação é quase impossível evitar as principais causas responsáveis pela devastação dos habitats naturais. Destacam-se entre outras, a agricultura e pecuária extensivas, desmatamento, urbanização, mineração e construção de barragens e de obras de infra-estrutura. Em todo o mundo procura-se, através do estabelecimento de reservas ecológicas e de leis ambientais, minimizar este problema, visando à preservação de alguns habitats e de espécies ameaçadas de extinção.
Parodia crassigibba danificada por ação animal
      As cactáceas, como as demais representantes da flora, também estão sujeitas a estas causas da descaracterização de seus habitats e até mesmo ao perigo de desaparecimento de algumas de suas espécies na natureza.
        As espécies de cactos que habitam as florestas, principalmente as úmidas e semi-úmidas, estão sujeitas à ação dos desmatamentos.
      As cactáceas que se desenvolvem em regiões áridas e semi-áridas, de habitat terrestre ou rupícola, ou em savanas como no caso do Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina, estão mais ameaçadas pela implantação de cultivos e pela ação do pastoreio extensivo.
      O avanço da agricultura tem reduzido em muito as áreas de incidência de cactáceas. Esta ação só não tem provocado maiores danos porque muitas espécies se estabelecem em locais não adequados à implantação de cultivos, como por exemplo, extensos afloramentos rochosos e locais de difícil acesso, como topo de morros e escarpas de declive acentuado. Já no pastoreio extensivo até mesmo alguns destes locais são alcançados pelos animais, que pisoteiam os cactos de formas globulares e até mesmo os comem. O famoso escultor e cactófilo “Xico” Stockinger costumava ensinar que no Rio Grande do Sul e Uruguai as “tuninhas” deveriam ser procuradas debaixo das cercas ou em locais onde as ovelhas não podem alcançar.
Parodia ottonis danificado pela ação das queimadas 
      O fogo vem associado à ocupação humana, tanto na expansão das áreas urbanizadas como no desenvolvimento da agricultura e pastoreio. O incêndio nos campos ainda constitui uma prática danosa comum no sul do Brasil, embora ultimamente venha sendo coibido pela ação dos órgãos de preservação ambiental.
      No Nordeste do Brasil, em época de escassez de pastagens naturais, alguns fazendeiros têm por hábito queimar os espinhos dos “mandacarus”, “xique-xiques”, ”tunas” e de outras espécies de cactáceas com o objetivo de alimentar o gado. Essa prática poderia ser evitada pelo maior cultivo de palma forrageira (Opuntia fícus-indica) tal como já vem sendo praticada por muitos fazendeiros da região.


Colonia de Parodia ottonis parcialmente danificada pela ação do fogo

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Fotos tomadas nos morros que rodeiam a cidade de Porto Alegre, onde se pode perceber exemplares de cactos globulares (Parodia ottonis), com os espinhos e costelas queimados pelo fogo.

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