Echinopsis oxygona em escarpa de difícil acesso |
Os ecologistas são categóricos quando afirmam que nenhuma planta deve ser retirada do hábitat natural em que vivem. Isto seria possível se a raça humana não tivesse se espalhado por todos os recantos da terra. A população mundial, embora possa ficar estabilizada entre sete a dez bilhões de habitantes, continuará demandando alimentos e matérias primas para satisfazer seu consumo atual e o crescente aumento em função do progresso material.
Em face desta situação é quase impossível evitar as principais causas responsáveis pela devastação dos habitats naturais. Destacam-se entre outras, a agricultura e pecuária extensivas, desmatamento, urbanização, mineração e construção de barragens e de obras de infra-estrutura. Em todo o mundo procura-se, através do estabelecimento de reservas ecológicas e de leis ambientais, minimizar este problema, visando à preservação de alguns habitats e de espécies ameaçadas de extinção.
Parodia crassigibba danificada por ação animal |
As espécies de cactos que habitam as florestas, principalmente as úmidas e semi-úmidas, estão sujeitas à ação dos desmatamentos.
As cactáceas que se desenvolvem em regiões áridas e semi-áridas, de habitat terrestre ou rupícola, ou em savanas como no caso do Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina, estão mais ameaçadas pela implantação de cultivos e pela ação do pastoreio extensivo.
O avanço da agricultura tem reduzido em muito as áreas de incidência de cactáceas. Esta ação só não tem provocado maiores danos porque muitas espécies se estabelecem em locais não adequados à implantação de cultivos, como por exemplo, extensos afloramentos rochosos e locais de difícil acesso, como topo de morros e escarpas de declive acentuado. Já no pastoreio extensivo até mesmo alguns destes locais são alcançados pelos animais, que pisoteiam os cactos de formas globulares e até mesmo os comem. O famoso escultor e cactófilo “Xico” Stockinger costumava ensinar que no Rio Grande do Sul e Uruguai as “tuninhas” deveriam ser procuradas debaixo das cercas ou em locais onde as ovelhas não podem alcançar.
Parodia ottonis danificado pela ação das queimadas |
No Nordeste do Brasil, em época de escassez de pastagens naturais, alguns fazendeiros têm por hábito queimar os espinhos dos “mandacarus”, “xique-xiques”, ”tunas” e de outras espécies de cactáceas com o objetivo de alimentar o gado. Essa prática poderia ser evitada pelo maior cultivo de palma forrageira (Opuntia fícus-indica) tal como já vem sendo praticada por muitos fazendeiros da região.
Colonia de Parodia ottonis parcialmente danificada pela ação do fogo
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Fotos tomadas nos morros que rodeiam a cidade de Porto Alegre, onde se pode perceber exemplares de cactos globulares (Parodia ottonis), com os espinhos e costelas queimados pelo fogo.
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