Com o objetivo de difundir o cultivo e o conhecimento sobre cactos e suculentas, criamos este espaço, que esperamos ser de interesse de todos os amantes destas plantas.
Esperamos receber criticas sobre os temas aqui desenvolvidos e a colaboração de outros interessados, visando o aprimoramento desse conhecimento.
Objetivamos também a troca de informações sobre o modo de ocorrência dessas plantas, visando preservar as espécies e seus habitats naturais.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Flor, frutos e sementes. Reprodução



         A flor é a estrutura que contem os órgãos reprodutores das plantas superiores, assim como nos cactos. Nestes, a flor é hermafrodita, pois reúne os órgãos reprodutores masculinos e femininos na mesma estrutura.
        O conjunto de peças que constituem os órgãos femininos da flor é denominado de gineceu, ou pistilo. O pistilo, por sua vez, é constituído de três partes, o ovário na base, o estigma na extremidade superior e o estilete que une as duas peças anteriores. É no ovário que, após a fecundação da flor, começa a se desenvolver o fruto com as sementes.
        O conjunto dos órgãos masculinos é denominado de androceu, que individualmente são representados pelos estames. Cada estame é formado pelo estilete que suporta a antera, em sua extremidade superior; é na antera que ocorrem os grãos de pólen.
       Nas flores dos cactos os órgãos reprodutores masculinos e femininos são suportados por estruturas protetoras, sendo as pétalas (internas) e as sépalas (externas) as peças mais visíveis e de cores mais vistosas, que embelezam a flor e servem, também, como atrativo aos insetos; estes são responsáveis pela polinização das flores.
      A maioria das espécies de cactáceas floresce durante os meses de primavera e de verão; algumas poucas florescem no outono e quase nenhuma nos meses frios. As flores têm duração efêmera, variável de um a três dias; em algumas espécies abrem durante o dia, fecham à noite e voltam a abrir no dia seguinte. As espécies mais desejadas são aquelas capazes de florescer várias vezes ao ano ou que abrem em sucessão durante um longo período. Quase todas têm formas e colorido deslumbrantes; muitas são pequenas, mas outras há que são maiores que o corpo da planta.
      Algumas espécies de cactos exalam perfume que podem ser detectados pelo olfato humano, no entanto, acredita-se que a maioria emite aroma capaz de atrair os insetos. Geralmente as flores brancas, de espécies dos gêneros Selenicereus e Hylocereus, abrem somente à noite, com forte fragrância, atraindo mariposas, que as fertilizam. Estas espécies sul-americanas são denominadas popularmente de ”damas da noite”, sendo cultivadas em várias partes do mundo (Sudeste da Ásia, Mediterrâneo, Austrália) na produção de frutas exóticas.
        Quando os grãos de pólen entram em contato com o estigma, na mesma flor, ocorre auto-fecundação. Algumas espécies são cleistogâmicas; são capazes de se auto-fecundarem, mesmo sem a abertura da flor.
      Quando o pólen de uma planta é depositado no estigma de uma flor de outra planta, da mesma espécie, diz-se que ocorreu uma fecundação cruzada. Através da fecundação cruzada é possível obter o melhoramento das espécies.
      Quando os elementos masculinos e femininos são provenientes de plantas de espécies diferentes, a fecundação é chamada de hibridação. A hibridação, provocada pelo homem, visa obter plantas de flores mais resistentes e de flores mais vistosas, no entanto, descaracteriza as espécies naturais.
       A hibridação nos cactos, na natureza, não é comum, mas também não é rara. Este fato é devido ao isolamento de populações de diferentes espécies, caracterizando o endemismo, que é bastante freqüente entre os cactos.        
        O final do processo de fecundação resulta na formação de sementes, que são envoltas em uma polpa viscosa e geralmente adocicada, que constitui o fruto, quase sempre de cores amareladas ou avermelhadas.
        A germinação das sementes, geralmente junto da planta mãe, é responsável pelo aparecimento de plantas novas, com características hereditárias dos pais, perpetuando dessa maneira, na natureza, a continuidade e/ou evolução das espécies.
        Outra forma de reprodução das cactáceas consiste em destacar um pedaço de um exemplar adulto e fazê-lo enraizar em um meio de cultivo adequado. Neste caso, surgirá um novo exemplar idêntico à planta mãe. Este método, também chamado de estaquia, é mais adequado para plantas de hastes segmentadas ou arbóreas, como por exemplo, dos gêneros Cereus, Opuntia, Pereskia e muitos outros.
      Outro meio empregado pelo homem na propagação dos cactos consiste na enxertia. Algumas espécies, ou variedades, de difícil cultivo, são enxertadas sobre outras, visando principalmente à aceleração do crescimento. Este processo consiste em destacar um pedaço da planta que se deseja desenvolver e fixá-lo na haste da planta hospedeira ou “cavalo”.
      A reprodução por estaquia e enxertia é chamada de assexuada, resultando exemplares idênticos à planta mãe. Justifica-se quando se quer reproduzir uma determinada cultivar, rara ou extinta na natureza, que não se pode obter por semente.

domingo, 29 de abril de 2012

Cultivo de Cactáceas




As cactáceas podem ser cultivadas de diferentes maneiras, dependendo da finalidade a que se destinam. Como planta ornamental pode ser cultivada em vasos individuais, em floreiras e vasos coletivos, constituindo arranjos ornamentais; nestes últimos podem constar somente espécies de cactos de tamanhos e formas diferentes, como também espécies de outras plantas suculentas.





Oferta de cactos na Feira da Primavera, Parque da Redenção, P. Alegre - Set./2.011. Foto do autor.




Cactos em vasos de cerâmica vermelha, ao ar livre, no Rincão Gaia, fundado por José Lutzenberger, em Pantano Grande - RS. Fotos de Maria de Lourdes e Alfeu Caldasso - Set./ 2.011.


       No cultivo ao ar livre, em jardins, recantos ou praças são empregadas espécies somente de cactos, de formas e tamanhos diferentes, como também a utilização de representantes de outras famílias, visando um melhor resultado paisagístico. Nestes ambientes são empregados geralmente cactos de maior porte e principalmente de formas colunares.
      No cultivo de cactáceas para produção de frutos ou para obtenção de forragem para o gado, são plantados extensivamente em lavouras, ao ar livre, com emprego ou não de tutores para as plantas.   



Cactos em vasos de cerâmica vermelha, ao ar livre, no Rincão Gaia, fundado por José Lutzenberger, em Pantano Grande - RS. Fotos de Maria de Lourdes e Alfeu Caldasso - Set./ 2.011.

     Cultivo ao ar livre

Parodia (=Notocactus) langsdorfii, vicejando diretamente sobre granito, com as longas raízes infiltradas nas fendas da rocha - RS. Fotos do autor.

       No cultivo ao ar livre devem ser empregadas espécies que suportam bem a incidência direta da luz solar e que resistam bem às chuvas e variações de temperatura, tanto diuturna, quanto sazonal. De maneira geral, o solo ou substrato empregado, deve ser predominantemente arenoso e bem drenado, que evite o encharcamento ou acúmulo excessivo de umidade.

      Geralmente as plantas são dispostas em pequenas elevações do terreno ou em montículos, que facilitam a drenagem superficial.






Exemplar de Opuntia monacantha, com frutos comestíveis, sobre rocha areno-conglomerática. RS.




Exemplar de Opuntia monacantha, com frutos comestíveis, sobre rocha areno-conglomerática. RS.



Echinopsis oxygona , em cavidades de rocha silicosa da Formação Santa Tecla, RS..


Colônia de Echinopsis oxygona, diretamente sobre rocha conglomerática, a pleno sol. O calor local é, em parte, dissipado pela ação do vento e da baixa temperatura reinante no local. Guaritas, RS.


"Touceira" de Hylocereus sp (?), de hábito epifítico, no Parque da Redenção, P. Alegre. Espécie trepadora, com raízes adventícias ao longo dos segmentos do talo, que aderem à casca das árvores ou das rochas.


Parodia (=Notocactus) erinacea, em cavidades de rocha silicosa da Formação Santa Tecla, RS..


Aspecto dos extensos afloramentos rochosos no "Pampa Gaúcho", onde costumam se desenvolver colonias de cactos.



Afloramento de rocha silicosa da Formação Santa Tecla, com exemplares de Parodia crassigibba, expostos a pleno sol. Nota-se um exemplar danificado por pisadura de casco de bovino ou mordida de ovino. RS.

Cultivo em estufa.

Coquetéis em cerâmica vermelha e bandeja de plástico (foto abaixo), com cactos e outras suculentas, de diferentes formas e tamanhos, na estufa do autor.



                                                                                                                                                                                                                 
   


Espécies de cactos, dispostos na janela do apartamento de Alfeu, durante o verão, tomando sol direto toda a manhã.

      No cultivo em estufa normalmente os cactos são plantados em vasos individuais ou em pequenas floreiras, constituindo arranjos ou coquetéis. As espécies cultivadas são geralmente de pequeno porte e que têm afinidades quanto ao ambiente. As plantas de estufa devem ser capazes de suportar condições iguais de calor, luminosidade e umidade, sujeitadas as mesmas condições coletivas de cultivo, como freqüência das regas, adubação e emprego de defensivos.



Substrato


O substrato utilizado nos vasos de cultivo de cactos deve ser preparado de modo que tenha porosidade e satisfaça as necessidades da planta em seu desenvolvimento vegetativo.
       De modo geral, deve conter partes iguais de areia, composto orgânico e solo agricultável comum.
      A areia deve ter granulação fina a média, não podendo ser de praia marinha, sendo responsável pela porosidade da mistura.
       A matéria orgânica pode ser proveniente da decomposição de folhas e outros detritos vegetais, como encontrada no solo das matas. Diferentes compostos orgânicos podem ser encontrados em supermercados e floriculturas, devendo-se, no entanto, verificar se o material é esterilizado.
       O solo comum de cultivo, proveniente da decomposição das rochas, deve conter argila e, se possível, também um pouco de carbonato de cálcio e magnésio. Na ausência de carbonato no solo, pode ser adicionado à mistura um pouco de pó de rocha calcária ou reboco de parede moído.
      A matéria orgânica, além de enriquecer o substrato como fonte de nitrogênio, juntamente com o componente argiloso do solo, serve para reter um pouco de água e os nutrientes minerais. Se a mistura ficar porosa demais, com deficiência de argila, pode-se adicionar até 5% de vermiculita expandida.
      Alguns produtores de cactos vendem substrato pronto para o uso, a preço acessível, que preenche todos esses requisitos.

Vasos

      Os vasos podem ser de plástico ou de cerâmica, com furos na base para propiciar a drenagem. Os vasos de plástico retêm um pouco mais de umidade do que os de cerâmica, sendo também mais leves, quebram menos e ocupam menos espaço nas bancadas, sendo os preferidos pelos cultivadores. No entanto, para espécies que requerem menos umidade, pode-se usar o pote de cerâmica vermelha, capaz de retirar o excesso de umidade do substrato.

      O tamanho do vaso deve ser proporcional ao tamanho da planta. Esta deve ser colocada no centro de um vaso, de tamanho tal que sobre aproximadamente um centímetro até a borda. A altura do vaso ou profundidade deve ser adequada ao tipo e tamanho das raízes da planta.


         Drenagem

      É aconselhável colocar uma camada de brita ou cacos de cerâmica no fundo do vaso para facilitar ainda mais a drenagem, retirando o excesso de umidade do substrato.
      Como todas as plantas da estufa normalmente são regadas na mesma intensidade e levando em consideração que alguns cactos suportam menos a umidade residual do substrato, pode-se regular a quantidade desta, colocando-se mais brita no fundo do vaso ou misturando pedregulhos ou areia grossa no substrato destas plantas.


Incidência solar, luminosidade e temperatura

      As espécies de cactos que são colocadas em vasos e dispostos numa bancada de estufa precisam, normalmente de luminosidade, uns mais, outros menos, de modo que é recomendável regular a incidência da luz solar com o uso de algum filtro (sombrite), de modo escalonado, além da cobertura impermeável de plástico.
      Algumas espécies suportam a incidência direta dos raios solares por muitas horas, até durante todo o dia, Há espécies, inclusive, que só florescem em pleno sol e com alta temperatura ambiente (p.ex.: Frailea gracillima)
      Na natureza a maioria das espécies de cactos vegeta, em áreas desprovidas de vegetação alta, que lhes possam fazer sombra. Geralmente incidem em clareiras ou sobre extensos afloramentos de rocha, recebendo insolação direta durante muitas horas do dia. No entanto, o aquecimento provocado pela energia solar é, em parte, dissipado pela ação refrescante do vento e/ou pela temperatura mais baixa reinante nos locais de maior altitude. Esse fato deve ser levado em consideração quando se pretende cultivar estas espécies em estufa.

Umidade

        Os cactos, que vicejam em regiões áridas, embora mais parcimoniosos, também precisam de água para sobreviver. Esta é retirada do solo (substrato) pelas extensas raízes ramificadas e captada também pelo talo, pêlos e espinhos, que são folhas modificadas, a partir das chuvas e da umidade do ar. As espécies do gênero Copiapoa, que vivem no deserto de Atacama, no Chile, onde passam anos sem chover, retiram a água que precisam do ar carregado da umidade proveniente do oceano.
      No entanto, os cactos encontrados em ambientes mais úmidos, como no sul do Brasil, Uruguai e partes da Argentina, Paraguai e Bolívia, principalmente dos gêneros Parodia (Notocactus), Gymnocalicium, Frailea, Echinopsis, entre outros, de clima subtropical úmido, onde não escasseiam as chuvas, ao contrário, desenvolvem-se em locais onde o excesso de água possa ser rapidamente dissipado.
      Portanto, no cultivo de cactos é muito importante saber a procedência das espécies e do habitat em que vivem, para procurar reproduzir as condições mais adequadas possíveis.                                                                                                                                         

Regas

      Não existe uma regra básica de quando e quanto molhar os cactos em cultivo. A quantidade de água a ser ministrada depende de muitos fatores. Os mais importantes deles se referem à época do ano, local de cultivo, clima da região, substrato empregado, tipo de vaso, procedência e idade das plantas.

     Durante os meses quentes de verão, onde ocorre maior evaporação da água do substrato, os cactos em cultivo precisam ser molhados com maior freqüência. Já no inverno, em regiões de maior latitude, costuma fazer frio e aumentar a umidade do ar, portanto, nessas condições as plantas devem receber menos água. Por outro lado, a partir do início da primavera os cactos reiniciam seu crescimento vegetativo e preparam-se, a maioria, para florir, necessitando então de maior umidade. Nos meses frios, ao contrário, entram em período de repouso, de modo que o excesso de umidade, aliado ao frio, pode lhes ser fatal.

    De maneira geral, os cactos adultos, cultivados em estufa, plantados em vaso de plástico, com emprego de um substrato adequado, costumam ser molhados, no verão, pelo menos uma vez por semana. No inverno, nestas mesmas condições, a rega pode ser espaçada de três a quatro semanas.

   A rega deve ser abundante, de modo que molhe todo o substrato. As plantas que ocupam toda a superfície do vaso impedem a penetração da água no substrato, o mesmo acontecendo se a rega for insuficiente. Se o substrato possuir boa porosidade e drenagem, não se produzirá excesso de umidade. Em qualquer época do ano, o importante é que só se volte a regar quando o substrato estiver seco.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Caracterização das cactáceas


      Os cactos são plantas suculentas, mas a maioria das suculentas não são cactos. As suculentas se dividem em torno de 50 famílias, nas quais se agrupam milhares de espécies. Destas famílias, destaca-se a maior delas, que é a das cactáceas, atualmente subdividida em mais de 100 gêneros e cerca de 1800 espécies. Diz-se em geral, que as cactáceas, como a maioria das suculentas, são originárias de regiões desérticas ou semi-desérticas. No entanto, muitas espécies crescem em regiões de matas tropicais e subtropicais úmidas, onde não ocorrem períodos de seca. Portanto, é mais correto dizer que os cactos são plantas com grande capacidade de adaptação, haja visto que muitas espécies originárias das Américas ocorrem atualmente, também, em outras partes da terra, como por exemplo, na região do mediterrâneo, sudeste da Ásia e na Austrália, onde foram introduzidas e proliferaram tanto que hoje passaram a constituir um problema ambiental.

   As cactáceas apresentam caule suculento, globular ou cilíndrico, com sulcos e relevos, simples ou ramificados e de diversos tamanhos, constituindo uma enorme diversidade de formas. A característica que distingue as plantas desta família é a presença da aréola, que é um tipo de gema interna ou embrião, tendo o aspecto de uma almofada de pelos e espinhos, que aparece sobre o corpo da planta; corresponde ao nó de plantas de outras famílias (p ex. gramíneas), onde se origina todo o processo de crescimento. Nos cactos com costelas as aréolas se dispõem ao longo delas, mas também aparecem nas axilas das folhas ou no ápice dos caules. A partir destes pontos de crescimento, surgem as ramificações, as folhas ou assemelhados, as flores, como também os pelos e espinhos. Os espinhos das cactáceas constituem folhas modificadas, na maioria das vezes.
   Alem das aréolas, outra característica dos cactos é a presença de espinhos, no entanto, algumas poucas espécies não os dispõem. Os espinhos, que são folhas modificadas, se apresentam de diferentes formas, tamanhos e em número variável; podem ser finos e flexíveis como um pêlo, ou grossos e fortes como um esporão, retos ou tortuosos, redondos ou achatados; podem ter pontas aciculares, como também na forma de anzol; e quanto ao tamanho, apresentam-se desde poucos milímetros até vários centímetros de comprimento. Dispõem-se na aréola, de forma radial e central.
    Acompanhando os espinhos, muitas espécies apresentam também pelos muito finos e flexíveis, semelhantes às fibras de algodão ou lã. Estas fibras sedosas aparecem muitas vezes no ápice dos caules, envolvendo as estruturas florais, como também nos sulcos entre as aréolas, em algumas espécies.
    A maioria dos cactos apresenta costelas, que são como cristas proeminentes, ao longo da haste, separadas umas das outras por sulcos ou ravinas, mais ou menos profundas. Apresentam-se em número variável, desde umas poucas até dezenas delas. Podem ser lisas ou protuberantes e dispõem-se de forma retilínea ou curva. Quando encurvadas, podem apresentar disposição destra ou sinistra em relação ao eixo de crescimento do caule.
    As raízes das cactáceas são geralmente finas, ramificadas e superficiais, estendendo-se por uma área relativamente ampla, facilitando a captação da pouca água existente no substrato. No entanto, quando a planta tem hábito rupícola, as raízes se estendem ao longo de fendas ou depressões das rochas.
Os cactos, portanto, não apresentam raízes pivotantes, no entanto, em algumas espécies elas apresentam-se de forma tuberosa, que lhes permite inclusive o armazenamento de água (p.ex.: gênero Copiapoa).
    Nos cactos epífitos as raízes são também finas e ramificadas, que aderem à superfície dos troncos de árvores, como também, às rochas (p ex.: gêneros Rhipsalis e Lepismium). Em muitas espécies epífitas as raízes aéreas saem ao longo da haste da planta e de suas ramificações, que lhes permitem se fixarem ao longo dos troncos e superfícies de rochas (p.ex.: gêneros Hylocereus e Selenicereus).




      A família das cactáceas está subdividida em três subfamílias ou tribos, ordenadas segundo as características de evolução filogenética, quais sejam: I – Pereskieae; II – Opuntieae; e III – Cereeae. Esta última tribo reúne a maioria dos gêneros e espécies e está subdividida em oito subtribos, quais sejam: 1 – Cereanae; 2 - Hylocereanae; 3 – Echinocereanae; 4 – Echinocactanae; 5 – Cactanae; 6 – Coryphantanae; 7 – Epíphyllanae; e 8 – Rhipsalidanae.




Afinal o que são cactos e plantas suculentas?


Afinal o que são cactos e plantas suculentas?


       As plantas chamadas de suculentas são aquelas que apresentam reserva de água em seus tecidos, sob forma de uma massa gelatinosa. Quase sempre apresentam uma membrana externa que impede ou minimiza a evaporação da água contida em seus tecidos. Essa membrana possui poros ou estômatos, que são capazes de regular a saída de liquido.
       As suculentas quase sempre apresentam o caule e até mesmo as folhas intumescidas (gordas), de formas arredondadas.
      Estas plantas desenvolveram essas características em resposta ao meio hostil em que habitam, geralmente em regiões desérticas ou semi-áridas, ou onde o aporte de água é muito limitado.
       Cerca de cinqüenta diferentes famílias de plantas apresentam espécies e variedades suculentas; no entanto, a maioria destas famílias tem também espécies de forma não suculenta. As principais famílias que apresentam espécies suculentas são: Cactaceae, Crassulaceae, Aizoaceae, Euphorbiaceae, Agavaceae, Liliaceae, Mesembriantemaceae, Asclepiadaceae, Comelinaceae, Asphodelaceae, Apocinaceae, Compositae, Nolinaceae, Portulacaceae e Vitaceae.
     A família Cactácea é a principal entre as suculentas, com cerca de 200 generos e quase 2.000 espécies naturais conhecidas até agora. Pode-se dizer que todas as cactáceas são suculentas, mas nem todas suculentas são cactáceas.