Com o objetivo de difundir o cultivo e o conhecimento sobre cactos e suculentas, criamos este espaço, que esperamos ser de interesse de todos os amantes destas plantas.
Esperamos receber criticas sobre os temas aqui desenvolvidos e a colaboração de outros interessados, visando o aprimoramento desse conhecimento.
Objetivamos também a troca de informações sobre o modo de ocorrência dessas plantas, visando preservar as espécies e seus habitats naturais.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Classificação das cactáceas



    A classificação binomial dos seres vivos começou por volta da primeira metade do século dezoito. Os trabalhos pioneiros de Carl von Linné (Carolus Linnaeus – l707 – 1778) lançaram as bases da moderna Botânica Sistemática. Em sua obra Species Plantarum (1753) designou cada planta por um nome específico, o que constituiu a primeira fonte da nomenclatura das plantas superiores. Em seus estudos deu especial atenção à estrutura das flores, atribuindo grande valor na classificação das plantas.
      A classificação binomial consiste em dar dois nomes, latinos ou latinizados, que classifica cada planta. O primeiro nome se refere ao gênero e o segundo a espécie. Estes nomes costumam se referir às particularidades estruturais que apresentam certo grupo de plantas, como por exemplo, Mammillaria, que se refere às protuberâncias na forma de mamilo, existente no caule das espécies deste gênero. Utiliza-se também com freqüência o nome do local em que a planta foi descoberta ou o nome de alguma pessoa de renome, a qual se quis homenagear. O segundo nome é dado à espécie, que constitui junto ao primeiro a identificação mínima necessária para a classificação de cada ser vivo.
      Mesmo utilizando-se esta regra básica da nomenclatura binomial ocorre muitas vezes de uma mesma planta ser descrita com mais de um nome, dados por pesquisadores distintos. Por conta desse problema, foi instituída a regra da prioridade, que consiste em considerar como válido o nome mais antigo. Em função desta regra tornou-se necessário identificar o pesquisador e a data em que determinado nome foi empregado na descrição de um novo gênero ou espécie; por exemplo, Mammillaria haworth 1912. Neste caso, Haworth é o nome do investigador, que em 1912 utilizou o nome genérico Mammillaria, para designar um grupo de cactáceas, com características similares. No caso do nome empregado para designar a espécie, adota-se o mesmo procedimento, por exemplo, Mammillaria bocasana Poselg 1853, indica que o termo bocasana foi primeiro empregado por Poselger, em 1853.
      Na grafia dos nomes designativos dos gêneros e espécies, em trabalhos de cunho científico, costuma-se empregar a letra em itálico, o que não é o caso nestes relatos. A primeira letra do nome genérico deve ser em maiúscula e no nome da espécie em minúscula. Também, os nomes dos pesquisadores costumam ser abreviados. Na prática, em trabalhos não científicos, emprega-se somente o nome genérico e o específico, como no exemplo Mammillaria bocasana.
      O gênero pode ser subdividido em subgênero e em secção, sendo que a subdivisão em subgênero é pouco usual e a secção inclui espécies que têm algumas características distintivas dentro do mesmo gênero. Seria o caso de reunir em uma mesma secção as espécies do gênero Parodia (=Notocactus), antigamente incluídas em “Eriocactus”, que mostram afinidades entre si.
      A espécie pode também ser subdividida em subespécie, variedade, forma e cultivar ou clone. O termo cultivar deve ser empregado somente para uma planta única, quanto a sua carga genética; isto significa que uma vez reproduzida por semente, seus descendentes não serão mais idênticos e somente poderá manter sua individualidade por reprodução assexuada.
      As categorias superiores ao gênero, pela ordem ascendente, são: Subtribo, Tribo, Família, Ordem e Classe.
      A família das cactáceas está subdividida em três tribos, conforme a ordem de evolução filogenética: Pereskieae, Opuntieae e Cereeae. Esta última, com maior número de gêneros e espécies, está subdividida em oito subtribos:

Subtribo Cereanae – gêneros Cereus, Trichocereus, entre outros;

Subtribo Hylocereanae – gêneros Selenicereus, Hylocereus, entre outros;

Subtribo Echinocereanae – gêneros Echinocereus, Rebutia, entre outros;

Subtribo Echinocactanae - gêneros Astrophytum, Parodia, entre outros;

Subtribo Cactanae – gênero Melocactus;

Subtribo Coryphantanae – gêneros Coryphantha, Mammillaria, entre outros;

Subtribo Epíphyllanae – Epiphyllum, Zygocactus, entre outros;

Subtribo Rhipsalidanae – Rhipsalis, Hatiora, entre outros.

3 comentários:

  1. Alfeu, encontrei seu blog por acaso e gostaria de saber se o sr tem algum material sobre Cereus hildmaniaus. Estou desenvolvendo junto com dois amigos aqui no Paraná uma pesquisa geográfica sobre o assunto e conseguimos poucos materiais que tratassem sobre a distribuição espacial e ocorrência dessa planta no Brasil.Obrigado. Parabéns pelo blog.

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    1. Olá Jonas Henrique
      Somente agora percebi teu comentário. Sobre C. hildmannianus, que eu saiba, não tem nada escrito. Mas é uma cactácea muito distribuida no RS. Podes visualiza-la em fotos neste blog.
      Abs
      Alfeu

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