Com o objetivo de difundir o cultivo e o conhecimento sobre cactos e suculentas, criamos este espaço, que esperamos ser de interesse de todos os amantes destas plantas.
Esperamos receber criticas sobre os temas aqui desenvolvidos e a colaboração de outros interessados, visando o aprimoramento desse conhecimento.
Objetivamos também a troca de informações sobre o modo de ocorrência dessas plantas, visando preservar as espécies e seus habitats naturais.

domingo, 29 de abril de 2012

Cultivo de Cactáceas




As cactáceas podem ser cultivadas de diferentes maneiras, dependendo da finalidade a que se destinam. Como planta ornamental pode ser cultivada em vasos individuais, em floreiras e vasos coletivos, constituindo arranjos ornamentais; nestes últimos podem constar somente espécies de cactos de tamanhos e formas diferentes, como também espécies de outras plantas suculentas.





Oferta de cactos na Feira da Primavera, Parque da Redenção, P. Alegre - Set./2.011. Foto do autor.




Cactos em vasos de cerâmica vermelha, ao ar livre, no Rincão Gaia, fundado por José Lutzenberger, em Pantano Grande - RS. Fotos de Maria de Lourdes e Alfeu Caldasso - Set./ 2.011.


       No cultivo ao ar livre, em jardins, recantos ou praças são empregadas espécies somente de cactos, de formas e tamanhos diferentes, como também a utilização de representantes de outras famílias, visando um melhor resultado paisagístico. Nestes ambientes são empregados geralmente cactos de maior porte e principalmente de formas colunares.
      No cultivo de cactáceas para produção de frutos ou para obtenção de forragem para o gado, são plantados extensivamente em lavouras, ao ar livre, com emprego ou não de tutores para as plantas.   



Cactos em vasos de cerâmica vermelha, ao ar livre, no Rincão Gaia, fundado por José Lutzenberger, em Pantano Grande - RS. Fotos de Maria de Lourdes e Alfeu Caldasso - Set./ 2.011.

     Cultivo ao ar livre

Parodia (=Notocactus) langsdorfii, vicejando diretamente sobre granito, com as longas raízes infiltradas nas fendas da rocha - RS. Fotos do autor.

       No cultivo ao ar livre devem ser empregadas espécies que suportam bem a incidência direta da luz solar e que resistam bem às chuvas e variações de temperatura, tanto diuturna, quanto sazonal. De maneira geral, o solo ou substrato empregado, deve ser predominantemente arenoso e bem drenado, que evite o encharcamento ou acúmulo excessivo de umidade.

      Geralmente as plantas são dispostas em pequenas elevações do terreno ou em montículos, que facilitam a drenagem superficial.






Exemplar de Opuntia monacantha, com frutos comestíveis, sobre rocha areno-conglomerática. RS.




Exemplar de Opuntia monacantha, com frutos comestíveis, sobre rocha areno-conglomerática. RS.



Echinopsis oxygona , em cavidades de rocha silicosa da Formação Santa Tecla, RS..


Colônia de Echinopsis oxygona, diretamente sobre rocha conglomerática, a pleno sol. O calor local é, em parte, dissipado pela ação do vento e da baixa temperatura reinante no local. Guaritas, RS.


"Touceira" de Hylocereus sp (?), de hábito epifítico, no Parque da Redenção, P. Alegre. Espécie trepadora, com raízes adventícias ao longo dos segmentos do talo, que aderem à casca das árvores ou das rochas.


Parodia (=Notocactus) erinacea, em cavidades de rocha silicosa da Formação Santa Tecla, RS..


Aspecto dos extensos afloramentos rochosos no "Pampa Gaúcho", onde costumam se desenvolver colonias de cactos.



Afloramento de rocha silicosa da Formação Santa Tecla, com exemplares de Parodia crassigibba, expostos a pleno sol. Nota-se um exemplar danificado por pisadura de casco de bovino ou mordida de ovino. RS.

Cultivo em estufa.

Coquetéis em cerâmica vermelha e bandeja de plástico (foto abaixo), com cactos e outras suculentas, de diferentes formas e tamanhos, na estufa do autor.



                                                                                                                                                                                                                 
   


Espécies de cactos, dispostos na janela do apartamento de Alfeu, durante o verão, tomando sol direto toda a manhã.

      No cultivo em estufa normalmente os cactos são plantados em vasos individuais ou em pequenas floreiras, constituindo arranjos ou coquetéis. As espécies cultivadas são geralmente de pequeno porte e que têm afinidades quanto ao ambiente. As plantas de estufa devem ser capazes de suportar condições iguais de calor, luminosidade e umidade, sujeitadas as mesmas condições coletivas de cultivo, como freqüência das regas, adubação e emprego de defensivos.



Substrato


O substrato utilizado nos vasos de cultivo de cactos deve ser preparado de modo que tenha porosidade e satisfaça as necessidades da planta em seu desenvolvimento vegetativo.
       De modo geral, deve conter partes iguais de areia, composto orgânico e solo agricultável comum.
      A areia deve ter granulação fina a média, não podendo ser de praia marinha, sendo responsável pela porosidade da mistura.
       A matéria orgânica pode ser proveniente da decomposição de folhas e outros detritos vegetais, como encontrada no solo das matas. Diferentes compostos orgânicos podem ser encontrados em supermercados e floriculturas, devendo-se, no entanto, verificar se o material é esterilizado.
       O solo comum de cultivo, proveniente da decomposição das rochas, deve conter argila e, se possível, também um pouco de carbonato de cálcio e magnésio. Na ausência de carbonato no solo, pode ser adicionado à mistura um pouco de pó de rocha calcária ou reboco de parede moído.
      A matéria orgânica, além de enriquecer o substrato como fonte de nitrogênio, juntamente com o componente argiloso do solo, serve para reter um pouco de água e os nutrientes minerais. Se a mistura ficar porosa demais, com deficiência de argila, pode-se adicionar até 5% de vermiculita expandida.
      Alguns produtores de cactos vendem substrato pronto para o uso, a preço acessível, que preenche todos esses requisitos.

Vasos

      Os vasos podem ser de plástico ou de cerâmica, com furos na base para propiciar a drenagem. Os vasos de plástico retêm um pouco mais de umidade do que os de cerâmica, sendo também mais leves, quebram menos e ocupam menos espaço nas bancadas, sendo os preferidos pelos cultivadores. No entanto, para espécies que requerem menos umidade, pode-se usar o pote de cerâmica vermelha, capaz de retirar o excesso de umidade do substrato.

      O tamanho do vaso deve ser proporcional ao tamanho da planta. Esta deve ser colocada no centro de um vaso, de tamanho tal que sobre aproximadamente um centímetro até a borda. A altura do vaso ou profundidade deve ser adequada ao tipo e tamanho das raízes da planta.


         Drenagem

      É aconselhável colocar uma camada de brita ou cacos de cerâmica no fundo do vaso para facilitar ainda mais a drenagem, retirando o excesso de umidade do substrato.
      Como todas as plantas da estufa normalmente são regadas na mesma intensidade e levando em consideração que alguns cactos suportam menos a umidade residual do substrato, pode-se regular a quantidade desta, colocando-se mais brita no fundo do vaso ou misturando pedregulhos ou areia grossa no substrato destas plantas.


Incidência solar, luminosidade e temperatura

      As espécies de cactos que são colocadas em vasos e dispostos numa bancada de estufa precisam, normalmente de luminosidade, uns mais, outros menos, de modo que é recomendável regular a incidência da luz solar com o uso de algum filtro (sombrite), de modo escalonado, além da cobertura impermeável de plástico.
      Algumas espécies suportam a incidência direta dos raios solares por muitas horas, até durante todo o dia, Há espécies, inclusive, que só florescem em pleno sol e com alta temperatura ambiente (p.ex.: Frailea gracillima)
      Na natureza a maioria das espécies de cactos vegeta, em áreas desprovidas de vegetação alta, que lhes possam fazer sombra. Geralmente incidem em clareiras ou sobre extensos afloramentos de rocha, recebendo insolação direta durante muitas horas do dia. No entanto, o aquecimento provocado pela energia solar é, em parte, dissipado pela ação refrescante do vento e/ou pela temperatura mais baixa reinante nos locais de maior altitude. Esse fato deve ser levado em consideração quando se pretende cultivar estas espécies em estufa.

Umidade

        Os cactos, que vicejam em regiões áridas, embora mais parcimoniosos, também precisam de água para sobreviver. Esta é retirada do solo (substrato) pelas extensas raízes ramificadas e captada também pelo talo, pêlos e espinhos, que são folhas modificadas, a partir das chuvas e da umidade do ar. As espécies do gênero Copiapoa, que vivem no deserto de Atacama, no Chile, onde passam anos sem chover, retiram a água que precisam do ar carregado da umidade proveniente do oceano.
      No entanto, os cactos encontrados em ambientes mais úmidos, como no sul do Brasil, Uruguai e partes da Argentina, Paraguai e Bolívia, principalmente dos gêneros Parodia (Notocactus), Gymnocalicium, Frailea, Echinopsis, entre outros, de clima subtropical úmido, onde não escasseiam as chuvas, ao contrário, desenvolvem-se em locais onde o excesso de água possa ser rapidamente dissipado.
      Portanto, no cultivo de cactos é muito importante saber a procedência das espécies e do habitat em que vivem, para procurar reproduzir as condições mais adequadas possíveis.                                                                                                                                         

Regas

      Não existe uma regra básica de quando e quanto molhar os cactos em cultivo. A quantidade de água a ser ministrada depende de muitos fatores. Os mais importantes deles se referem à época do ano, local de cultivo, clima da região, substrato empregado, tipo de vaso, procedência e idade das plantas.

     Durante os meses quentes de verão, onde ocorre maior evaporação da água do substrato, os cactos em cultivo precisam ser molhados com maior freqüência. Já no inverno, em regiões de maior latitude, costuma fazer frio e aumentar a umidade do ar, portanto, nessas condições as plantas devem receber menos água. Por outro lado, a partir do início da primavera os cactos reiniciam seu crescimento vegetativo e preparam-se, a maioria, para florir, necessitando então de maior umidade. Nos meses frios, ao contrário, entram em período de repouso, de modo que o excesso de umidade, aliado ao frio, pode lhes ser fatal.

    De maneira geral, os cactos adultos, cultivados em estufa, plantados em vaso de plástico, com emprego de um substrato adequado, costumam ser molhados, no verão, pelo menos uma vez por semana. No inverno, nestas mesmas condições, a rega pode ser espaçada de três a quatro semanas.

   A rega deve ser abundante, de modo que molhe todo o substrato. As plantas que ocupam toda a superfície do vaso impedem a penetração da água no substrato, o mesmo acontecendo se a rega for insuficiente. Se o substrato possuir boa porosidade e drenagem, não se produzirá excesso de umidade. Em qualquer época do ano, o importante é que só se volte a regar quando o substrato estiver seco.

5 comentários:

  1. VC MANDA PARA CURITIBA ALGUNS?
    CEP 82900-260
    MEU EMAIL E MARCIODEN@HOTMAIL.COM

    ResponderExcluir
  2. Adoroooo... Amo plantas, em geral! A natureza é divina!!! Esses cactos floridos, por exemplo, são deslumbrantes e estou ansiosa para ver os meus crescerem... Obrigada, Deus, por esta natureza maravilhosa que criaste para nós!!!

    ResponderExcluir
  3. Gostei muito das instruções do site.acabei de adquirir sementes de cactus,sou iniciante no cultivo.Obrigado pela dedicação e um abraço a todos os produtores do site.

    ResponderExcluir
  4. Boa tarde !
    Muito boa as suas informações,sou amante de cactos,porém,estou iniciando o cultivo.Já perdi alguns por falta de conhecimento.Mas,irei acompanhar as suas informações regularmente para não mais perder as espécies.
    Obrigada.

    ResponderExcluir